26 de janeiro de 2011

Alguém viu a oposição por ai?

O @gravz escreveu lá no Imprensa Marrom um texto bastante pertinente sobre a oposição (ou falta de) no atual governo. Apesar de não concordar com algum ponto ou alguma vírgula, acho interessantíssimo e importantíssimo o cerne da questão: é necessário termos uma oposição forte e coerente e que faça um contraponto responsável ao governo (não o fora-FHC do PT nem os esperneios DEMo-Tucanos no governo Lula).

É risível, pra não dizer depressivo, o papel(ao) da atual oposição. Não vemos posicionamento algum sobre a evidente disputa de vagas e cargos entre o PT e o PMDB. Arrancam os cabelos com problemas pontuais do sistema ENEM-SiSU e não dizem palavra sobre o sucateamento do ensino fundamental e médio nacional (talvez por atingir seus correligionários, já que esses níveis educacionais são de responsabilidade prioritária de estados e municípios). Choram por que Dilma não dá entrevista sobre os terríveis acontecimentos da serra fluminense e se calam sobre a falta de proposições claras sobre saneamento (provavelmente pelos mesmos motivos que se calam sobre educação básica). É um desnorteamento absurdo.

Uma mensagem (divulgada orgulhosamente por alguns ‘oposicionistas’) ilustra bem o 'níve' da oposição:
‘Vou mostrar pra vocês que Lula é mentiroso, feio e cara-de-mamão’
tá de sacanagem né?

 O mais interessante desse cenário todo é vermos que as críticas mais ácidas e embasadas neste início do governo Dilma vieram de setores abertamente apoiadores do governo, que fizeram publica e intensamente campanha para a candidata petista nas últimas eleições. Trata-se da mudança da postura do MinC em relação a licença Creative Commons, retirando-a do site do ministério sob concordância do ECAD. O Sergio Amadeu fala com mais propriedade do assunto (leia na Carta Maior).

Nos resta torcer para que setores alinhados ao governo tenham uma postura crítica como nesse caso do MinC e que a (dita) oposição acorde e pense na população, ao invés de guardar fôlego apenas para o próximo período eleitoral.

PS.: Vou adotar a tag Oposicinha, roubada do @gravz. Epero que não se importe

19 de janeiro de 2011

2MP - Verão



Como deve ser

14 de janeiro de 2011

Existe vida inteligente na oposição?

(imagem do site 4poderes.wordpress.com)


É preciso esclarecer dois pontos antes de começar:

1 - Me considero de esquerda, se é que ainda existe tal classificação. Tenho camiseta de Che Guevara e tudo!
2 - Oposição, aqui falada, independe de orientação política, religiosa e sexual, mas sim da atual conjuntura política de cada nível de governo.

Estamos entendidos? Pois vamos lá.

É incrível como, no Brasil – não sei no resto do mundo por que nunca fui nem no Paraguai, há uma tendência absurda ao maniqueísmo quando falamos de política. Ou você é vermelho ou azul! Ou gosta de tucano ou de arara! Ou é de ESQUERDA ou de DIREITA.

Não sei há quanto tempo essa classificação é quase absurda no nosso país, mas tenho pra mim que o governo Lula implodiu o pouco que restava dessa concepção. É evidente que, ideologicamente, ainda são bem claras as características de cada um desses grupos, mas na prática, o pragmatismo vence de longe. E eu acho isso, de certa forma, uma evolução do processo democrático.

Fisiologismos a parte, é importante que os governos se concentrem no que é preciso ser feito, independente do, como o @gravz – do imprensamarrom.org – sempre fala, Fla x Flu político.

E ai entramos no tema do texto de hoje: por que diabos é tão difícil reconhecer competência e méritos nos integrantes da oposição? Parece que o fato do cidadão defender, ou apenas simpatizar com uma agremiação oposta a sua, automaticamente, cancela qualquer coisa positiva de seu pensamento. A estratégia foi pensada por alguém que um dia falou contra o governo? Então vamos fazer o contrário! O povo? Que que têm eles?

Essa questão veio a tona numa conversa com um amigo tem uma história junto à atual oposição ao governo estadual e que cometeu a insolência de elogiar um quadro técnico do governo Rosalba (DEMo-RN). No tuíter, ele elogiou a nova secretária de cultura e, logo em seguida, manda uma mensagem se defendendo dos (possíveis) críticos dessa posição. Qual a razão de nos mantermos na defensiva sempre que resolvemos reconhecer a capacidade daqueles que não compartilham da maioria de nossas crenças ideológicas?


Isso acontece no nível federal: é evidente que o governo FHC teve méritos, de forma mais palpável na área econômica, mas também em outras, como a saúde pública. Foi ele – aliás, sob gestão Serra na saúde – que implantou nacionalmente o programa saúde da família, hoje a base do SUS. E mesmo assim a atuação situação não consegue enxergar isso.

O mesmo pensa a aliança DEMo-Tucana: O governo Lula, mesmo com os evidentes indicadores sócias e econômicos positivos, é incompetente, corrupto e cara de mamão. Não serve nem pra encosto de porta. Depois reclamam se os eleitores ficam com medo de que, uma vez no governo, a oposição destruirá tudo que foi feito pelo anterior. Exagero? Vocês conhecem Micarla de Souza? Pois é.

Agora, no desastre das chuvas no Sudeste do país, volta a patacoada do Fla x Flu político nas analises, de um lado e de outro. Ah que são 80 anos de tucanato em São Paulo e basta estourar um cano pra alagar a cidade! Ah que o governo Lula mandou dinheiro pra Bahia, ao invés do Rio e por isso caiu o mundo por lá! Ah que são Pedro ficou chateadinho por que seu candidato no ____ (adicione o estado a sua escolha) não ganhou por lá! Vocês estão de sacanagem, né?

É fato que houve, e ainda há, ingerência dos governos na questão da moradia e saneamento, principalmente em áreas de risco, em todo o Brasil. Seja em paragens PTistas ou DEMo-Tucanas. O que não dá agora é, num momento de total desengano dos moradores das áreas atingidas, o cerne das discussões seja essa palhaçada eleitoral.

PS.: aproveitando, quem quiser ajudar ao pessoal do RJ, existes diversas contas recebendo doações e locais de recolhimento de roupas e alimentos. Como não sei de nenhum ponto desses em Natal, deixo a conta da ONG Viva Rio pra quem se animar em ajudar:
Banco do Brasil - Ag.: 1769-8 - C/c.: 411396-9 - Viva Rio - CNPJ: 00343941/0001-28

11 de janeiro de 2011

a vida em 140 caracteres

Hoje, no tuiter, publiquei a seguinte mensagem (na minha visão, obviamente jocosa) sobre o possível aumento das passagens em Natal:


Nada que nenhum engraçadinho mais inteligente não tenha feito parecido, e bem melhor, por essas paragens. 

O mais impressionante, contudo, foram algumas respostas que recebi. Até agora não consegui saber quem entendeu a brincadeira, quem levou a sério e a coluna do meio. De qualquer forma seguem algumas pra se ter uma idéia do que aconteceu:



Vivemos numa época tão complicada que não sabemos quem fala sério; quem é irônico; quem ironiza o irônico; quem fala sério por que não entendeu a piada; quem entendeu, finge que não entendeu, pedala e chuta no gol...

Dureza é pensar que alguém possa ter levado a sério essa marmota.


ATUALIZAÇÃO: Me alertaram sobre mostrar a imagem e o tuiter das pessoas sem a devida autorização. Editei (magistralmente, diga-se de passagem) a imagem para evitar possíveis desagrados.

2MP - Pracas!




Na Av. Prudente de Morais...

10 de janeiro de 2011

Resoluções de inicio de ano



Vamos as resoluções deste inicio de ano:

- só beber nos finais de semana (o verão é exceção)
- dar preferencia aos destilados (no verão é exceção)
- praticar esportes regularmente, além da academia (no verão é exceção)
- dedicar menos tempo as asneiras das mídias sociais
- voltar (como se já tivesse acontecido) a escrever regularmente no blog (talvez o verão seja uma exceção)


Lukas Darien

20 de julho de 2010

Nossos candidatos - II - O que é prioridade nas campanhas?

Essa semana, no mais relevante espaço de informação eleitoral do momento, o Tuiter, me deparei com uma mensagem bastante ilustrativa:












Lá no Tuiter conseguimos observar bem qual é o foco principal das campanhas eleitorais, pelo menos aqui na Republica Potiguaris. Quando não faz-se promessas direcionadas aos público ouvinte - mais vendas para os comerciários, mais empregos para os desempregados, mais estradas para os caminhoneiros, mais escolas para os professores, mais dinheiro para os empreiteiros... - a tônica é aparecer em eventos tradicionais que nem se ouvia falar ano passado mesmo. É feira disso, exposição daquilo, e vai para a novena de santo fulaninho e de lá direto para a reunião dos ateus 'graças a Deus'. Não importa o espaço, juntou gente, corre lá que tem candidato. É quase uma competição de quem pega sapinho mais rápido!

Falarão: ah, deixa de ser ranzinza, os caras precisam angariar votos e blá, blá, blá que sempre tem quem defenda essas paradas. É que sempre me pego pensando: e as propostas reais? e mais grave, e as sugestões e os planejamentos operacionais para uma possível gestão?

Mas desde quando isso importa numa eleição?

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